sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Energia Sexual







Vivemos numa era em que sexo é um assunto que se discute livremente. Mas a "liberdade" sexual praticada hoje em dia tem sido acompanhada, infelizmente, por pouco ou nenhum entendimento das energias sexuais e dos prejuízos que elas trazem quando usadas de maneira desorientada.

A energia sexual desempenha um papel importantíssimo no nosso bem-estar, emocional e físico. E para as pessoas empenhadas em seguir um caminho espiritual, a compreensão do que significa a energia sexual e o ato de fazer amor é mais preciosa ainda, pois eles são recursos de que dispomos para elevar a nossa consciência e avançar para níveis mais altos de energia.

Se estamos com alguém que amamos, o ato de fazer amor e o orgasmo provocam uma expansão de energia nos nossos campos energéticos, quando a energia sexual se funde com a energia mais profunda do amor. Essas duas energias se tornam então uma só energia, poderosa, criativa, transformadora, que pode operar a cura, a renovação e, se for conduzida até um nível suficiente elevado, o que alguns chamam de "milagres". Mas o que acontece quando usamos a força vital e a energia sexual num relacionamento íntimo em que não existe amor? Simplesmente nossos centros de energia ficam bloqueados e a energia "não flui". Isso acontece porque a intimidade sexual, quando não existe amor, cria o que poderia ser descrito como "impressões" negativas nos nossos centros de energia, bloqueando o movimento e o fluxo energético.

Essas impressões e bloqueios podem ser sentidos energeticamente e alterar as nossas atitudes e comportamentos.Elas podem nos fazer sentir " travados" sexualmente, causando em nós uma perda de vitalidade sexual. Ou então podem disparar um anseio compulsivo por sexo, num esforço inconsciente para desbloquear as energias sexuais.

Se as nossas energias sexuais não estão ligadas ao amor, elas podem, como células cancerígenas,adquirir "vida própria" e acabar nos afastando do amor. E em nossas tentativas de satisfazer os nossos impulsos sexuais, acabamos ferindo a nós mesmos e as outras pessoas.

Atos meramente sexuais nunca são inofensivos. As energias sexuais são forças poderosas! Quando utilizadas com amor, elas promovem a nossa expansão como seres humanos. Quando usadas sem amor, elas causam o acúmulo de impressões e energias "escuras" e negativas na nossa aura, que nos mantêm em níveis baixos de percepção, ofuscam a nossa perspectiva mental e só criam obstáculos à nossa experiência da felicidade. Esse é um preço muito alto a pagar por um prazer momentâneo.

Outro efeito da troca de energias sexuais sem amor é o que poderia ser descrito como "buracos" ou perfurações no campo energético dos parceiros. Sem a energia vital do amor, a troca de energias cria lacunas que enfraquecem a aura. Quando, ao contrário, o amor está presente, a mistura ou fusão das energias fortalecem o campo energético, porque, nesse caso, mais amor e mais energia são produzidos no ato de fazer amor.

Isso é igualmente verdadeiro para casais casados e não casados. Não se trata aqui de uma questão moral. Pessoas casadas que não se amam e fazem sexo estão causando prejuízos uma à outra da mesma maneira que casais não casados, quando se entregam ao sexo sem amor.

Quando existe intimidade sexual entre duas pessoas, ocorrem trocas de energia entre elas. Quando remos intimidade sexual, nós, por hábito, nos abrimos energeticamente de uma maneira muito profunda, que permite a cada parceiro carregar a energia do outro.

Desse modo, quando somos sexualmente íntimos de alguém, carregamos a "vibração" energética do campo dos centros de energia da outra pessoa. Essa vibração inclui, num grau maior ou menor, os pensamentos e emoções do parceiro, que podem ser positivos ou negativos. Por exemplo, se estamos zangados ou tristes, a vibração da nossa raiva ou da nossa tristeza pode ser transferida para o nosso parceiro sexual juntamente com a troca de energia de outras energias, e o parceiro receptor irá adquirir essa energia de raiva e de tristeza.

O grau em que somos afetados pela energia do parceiro depende da força do nosso próprio campo energético e da intensidade vibracional dos pensamentos e emoções do parceiro.

Às vezes, depois de fazer amor com alguém que não amamos, sentimos como se estivéssemos carregando alguma coisa "suja" ou que na realidade não é nossa. Podemos até sentir a necessidade de tomar banho- uma espécie de purificação ritual- para nos livrar dessa sensação. Por outro lado, quando a experiência é de amor, cada parceiro se sente banhado na energia do amor e no brilho remanesceste do ato de fazer amor, e quer conservar esses sentimentos durante o máximo de tempo possível.

Os parceiros geralmente carregam as energias um do outro por seis meses ou mais. Na verdade, eles podem carregar essas energias indefinidamente, a menos que se limpem e se libertem delas. Visualizações, orações, rituais podem ser utilizados, isolada ou conjuntamente, para esse propósito.

Pessoas sexualmente ativas, portanto, transferem suas próprias energias e a de todos os parceiros anteriores e atuais a qualquer novo parceiro. Essa é uma das razões por que elas podem perder o senso de identidade. Quanto mais carregamos as energias de outras pessoas, menos sentimos as energias que são especificamente nossas.

Nós também extraímos e carregamos aspectos da personalidade do parceiro, pois as energias que são trocadas carregam a vibração das emoções, dos pensamentos e das experiências da pessoa. Em outras palavras, nós começamos a sentir a vibração da energia do parceiro como nossa própria energia.
Quando isso acontece, também ficamos mais suscetíveis à força da personalidade dessa pessoa, particularmente se ela tiver um campo de energia mais forte do que o nosso.

Portanto, cada vez que temos relações sexuais com alguém, estamos criando consequências duradouras que nós nunca tínhamos imaginado para nós mesmos e para a outra pessoa.

A energia que você carrega consigo é a sua força vital. A sua energia positiva é a sua "luz". Sem ela, você vive em relativa escuridão. Por esse motivo, é importante ser sábio ao escolher o que você faz com a sua energia. Isso é verdadeiro, em especial, no que se refere a relações íntimas. Usar a energia sexual com sabedoria é importantíssimo para todos que querem uma vida saudável e feliz. Relações sexuais sem amor não satisfazem os nossos desejos mais profundos; não trazem nem amor nem cura. Também não nos levam a viver uma vida mais apaixonada, mas, em vez disso, causam uma perda da paixão pela vida.

Quando nós nos exaurimos energeticamente, não temos energia para alimentar a nossa paixão pela vida e fazer dela alguma coisa extraordinária. O uso incorreto da energia sexual leva ao longo do tempo, ao entorpecimento diante da beleza da vida. Infelizmente, a área da nossa vida que pode nos trazer grande alegria se tornou, para muitas pessoas, uma fonte de sofrimento.

É também por essa razão que deveríamos combater a divulgação dos usos incorretos da energia sexual na mídia e na cultura popular. Por meio da televisão e dos filmes, abrimos a mente e os sentimentos para uma cultura na qual o uso indiscriminado da sexualidade é promovido e até glorificado. Ensinando as pessoas, especialmente os jovens, a abusar das energias sexuais e corporais, a mídia deturpa o seu entendimento do ato de fazer amor e as levam a ter comportamentos que não as beneficiam energeticamente.

O ato de fazer amor é um dos principais usos da energia sexual, mas, ao contrário do que as pessoas pensam, ele pode ocorrer de muitas maneirar diferentes: por meio da meditação, de práticas espirituais, da contemplação da beleza da natureza, do riso e da alegria - todas elas envolvendo a energia sexual.

Para as massas, o uso da energia sexual é sinônimo de cópula. As pessoas nunca aprenderam, com os pais, a escola ou quem quer que seja, que a energia sexual é uma força poderosa, que deveríamos usar apenas para manifestar mais plenamente a vida em nós e expandir os nossos campos de energia. Portanto, "como" e "com quem" nós usamos essas energias estão entre as decisões mais importantes que podemos tomar na vida.

Adaptado de Sexo: Verdadeiro ou Falso?
de Michele Rios Rice Hennelly e R. Keven Hennelly Editora Cultrix e copiado do Almanaque Wicca 2009