sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Eu, Você e o Mal que Vemos no Mundo
Você não é uma pessoa má. Eu não sou uma pessoa má. Contudo, o mal existe no mundo. De onde ele vem?
As coisas más que são feitas sobre a Terra são praticadas por seres humanos. Mas se você e eu não somos maus, quem é, então? Será que o mal reside apenas em outros lugares tais como a Alemanha nazista? Ou será que ele habita somente no coração dos criminosos e traficantes, mas não o das pessoas que conhecemos?
O mal reside em cada uma e em toda alma humana. Em outras palavras, o mal que existe no mundo nada mais é do que a soma do mal que existe em todos os seres humanos.
Todos no íntimo sabem que já fizeram coisas que são moralmente repreensíveis. Todos nós temos falha de caráter, todos somos mais ou menos egocêntricos, egoístas e mesquinhos. E essas falhas de todos nós levaram a todos, muitas vezes, a ser antipático, rancoroso, ciumento e a agir de formas que só contribuem para aumentar o sofrimento do mundo. Mas isso faz de nós pessoas más?
Nós não somos pessoas más em nossa totalidade, ou em nossa essência, mas temos o mal dentro de nós. Portanto, a palavra "mal" pode descrever um comportamento que vai desde a simples mesquinhez, num extremo, até o sadismo genocida do nazismo em outro. Aqueles de nós que habitam um extremo do espectro podem ter o desejo de dizer que nada tem em comum com os assassinos do extremo oposto, mas será que não temos mesmo nada em comum com eles?
Há muitos anos a palavra " pecado" ainda era de uso comum, mas hoje ela praticamente não é empregada. Agora preferimos usar a terminologia da Psicologia, que fala antes dos defeitos e falhas humanos, mas normalmente põe a culpa em outro lugar - nos pais ou na sociedade- por fazerem de nós o que somos.
Contudo, na visão da Psicologia perdemos algo que a velha ideia religiosa do pecado nos deu e que é uma parte crucial do processo de transformação: a de que somos responsáveis pela nossa negatividade, pelos nossos atos e omissões. Ser responsável é muito diferente de ser culpado. Significa simplesmente reconhecer que às vezes nós somos a origem da dor, da injustiça e do descaso para com nós mesmos, os outros e o mundo.
Se nós conseguimos admitir essa responsabilidade- admitir que não somos apenas vítimas do mal que há no mundo, mas que somos, da nossa maneira, pessoas que espalham negatividade- então o que devemos fazer a respeito? Como podemos transformar o mal que existe em nós?
A religião tradicional nos dá preceitos morais, tais como: " Faz aos outros o que desejarias que fizessem a ti" ou " Ama o teu próximo como a ti mesmo." Se todos pautassem a sua existência nessas regras áureas, o mundo de fato seria um lugar muito mais agradável. Mas, como disse Carl Jung, na religião tradicional, " Todos os esforços são feitos para ensinar crenças ou condutas idealistas às quais sabem, no fundo do coração, que jamais poderão corresponder, e esses ideais são pregadas por pessoas que sabem que elas mesmas nunca corresponderão a esses elevados padrões.
A vasta maioria das transmissões espirituais da atualidade, ou o material canalizado, concentra-se na BONDADE ESSENCIAL dos seres humanos, na nossa natureza divina suprema. MAS O QUE FAREMOS COM O NOSSO 'LADO ESCURO'?
Esse "mal" não precisa ser NEGADO. Ele precisa ser simplesmente "CONHECIDO" por meio da auto observação diária.
Podemos então nos perguntar: " OK, mas fazer o que com esse conhecimento" Esse já um grande esforço e trabalho que teremos e temos que dar um passo de cada vez. Em breve a segunda parte será escrita e então caminharemos mais nesta jornada.
Podemos fazer deste mundo e de nós mesmos seres melhores. Peço aos leitores deste texto e dos próximos que virão que reflitam e façam seus comentários. Esta é uma oportunidade que temos de contribuir para um mundo melhor. Basta dedicar um tempo pequeno para refletir e comentar. O que acha? Já pensou a este respeito?
Extraído e adaptado de Não Temas o Mal, de Eva Pierrakos e Donovan Thesenga, Editora Cultrix
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